segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O dia em que voltaremos a ler a Bíblia


De vez em quando, eu sou criticado por não estar com uma Bíblia aberta na minha frente, ora no momento de uma aula de escola dominical, ora pregando. Creio que se fizesse isso, estaria apenas realizando uma peça teatral para satisfazer os mais “exigentes”, isto porque todos os textos bíblicos que utilizo já estão transcritos em minhas anotações, e vez ou outra, na projeção. Aí você pensa: – Peguei esse cara! Como ele vai para a batalha sem a espada? Fique tranquilo, caro irmão, porque eu sempre tenho, não uma, mais três Bíblias junto comigo. Uma na versão Revista e Atualizada, outra na Revista e Corrigida e outra na NVI, todas as três dentro do meu celular, com direito a anotações, chave bíblica e tudo que se tem direito.

O bem da verdade é que muitos crentes vêem a Bíblia em espécie, o livro de capa preta em si, como um amuleto místico. Isso mesmo, amuleto, por que isso é o que ela é para pessoas que não abem suas Bíblias para lê-la, pelo menos uma ou duas vezes DURANTE a semana.

Os evangélicos são conhecidos como povo da Palavra, mas não a Palavra impressa, e sim a Palavra vivida. Não devemos ser diferentes por carregar um livro debaixo do braço, como se fosse “desodorante” (perdoem-me o jeito truculento, mas quis fazer alusão aos tempos em que alguns católicos diziam que a Bíblia era desodorante de crente. Os mais vividos lembram-se disso). Devemos ser diferente por crer e colocar em prática no mundo os ensinamentos contidos nela.

A pergunta que fica é: – Como crer e praticar algo que não se conhece? Muitos cristãos hoje em dia, têm contato com a Palavra de Deus somente quando alguns versos são lidos no domingo, nas suas igrejas. Estudar então, nem pensar! Já tivemos comentários em nosso blog de pessoas que diziam que “estudar a Bíblia é só para o pastor que é ungido pra isso!”

Um dado para aqueles que confiam em homens como único caminho de conhecer Deus. No começo do ano, a Abba Press e Sociedade Bíblica Inter Americana, na pessoa de Oswaldo Brandão, realizaram uma pesquisa com 1225 pastores de diversas denominações, com amostras confiáveis e delimitadas. Esta pesquisa constatou que, nada mais, nada menos do que 50,68% dos entrevistados nunca leram a Bíblia Sagrada inteira, pelo menos uma vez na vida. Muitos assumiram que não tem o hábito de ler a Bíblia diariamente, de maneira devocional ou reflexiva. Alegam falta de tempo. Segundo a pesquisa, a maioria dos pastores corre o dia todo para resolver os problemas práticos e urgentes dos membros de suas igrejas. Dizem ainda que os cristãos de hoje não estão interessados na Bíblia como projeto da longo prazo. Os crentes modernos querem “respostas rápidas, positivas e soluções instantâneas para problemas urgentes, sobretudo os ligados a finanças, saúde e vida sentimental”, aponta Oswaldo Brandão.

Onde está então a problemática? Pastores não se interessam pela Bíblia por que seus membros não querem ouvir as verdades que existem nela, ou os membros de igreja não valorizam a reflexão sobre as Escrituras em decorrência do comportamento do seu pastor?

Creio que a resposta é mais complexa. O ser humano do século XXI tornou-se extremamente egocêntrico, materialista e imediatista. Muitas vezes a Palavra de Deus não serve de combustível para tais coisas humanas. Para ser sincero, Ela vai muito contra tudo isso. Mas, neste sentido, eu sou um otimista em Deus, pois eu creio que haverá um dia, como os dias de Lutero, onde a Palavra de Deus voltará ao lugar central na vida das pessoas. De verdade, eu creio no dia que a Bíblia deixará de ser um amuleto místico. Eu creio no dia que as escolas bíblicas, os grupos de estudos, os institutos bíblicos voltarão a estar cheio de pessoas sedentas em aprender cada vírgula das Escrituras. Eu creio no dia em que todos nós, sem exceção, voltaremos a ler a Bíblia. E você, acredita nisso também?

Deus abençoe.

Autor: Fabio Marchiori Machado

Fonte: www.bereiablog.com.br

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