terça-feira, 15 de março de 2011

Sobre Baal e sua religião


Aqui vão alguns apontamentos sobre o culto ao deus Baal, divindade que acompanhou o povo de Israel durante todo o Antigo Testamento, levando as pessoas, muitas vezes, a caírem na idolatria.

Para os cananeus, inimigos de Israel, Baal era o senhor do tempo e totalmente vinculado à agricultura daquele povo. Ele seria o responsável por fazer chover, trovejar ou por períodos de seca. Era adorado principalmente nos montes ou lugares altos, mas podia também ter culto realizado em qualquer lugar que tivesse um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um totem. Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta.

O povo hebreu começou a ser afetado pela idolatria de Baal quando deixou de ser um povo exclusivamente pastoril e passou a praticar a agricultura. À medida que o tempo passava, os israelitas, que se interessavam cada vez mais pelo ciclo agrário, deram-se conta de que dependiam muito da chuva. Este interesse crescente pala agricultura e a sua tendência a instalarem-se nas cidades aumentaram a sua atração pelo culto pagão.

Somado a isso, vale lembrar que a religião dos cananeus e a religião do antigo Israel ainda que não fossem a mesma, possuíam algumas notáveis concidências. Por exemplo, o nome da suprema autoridade divina cananéia era El, um dos nomes do Deus de Israel.

E levantou ali um altar e lhe chamou Deus, o Deus de Israel. Gênesis 33.20

El era descrito como um deus de idade avançada, com cabelos brancos, sentado em um trono. Este deus possuía um filho, que reinava em seu lugar, chamado Baal.

A posição desta entidade como "rei dos deuses" na região ao norte de Israel ajuda a explicar o "problema de Baal" no Antigo Testamento. A religião de Jeroboão no Reino do Norte, por exemplo, absorveu o culto de Baal e, em pouco tempo, parecia não haver diferença entre os dois cultos ou, se ela existia, era tão ínfima que venerar um ou o outro era apenas uma questão teológica.

Jeroboão constituiu os seus próprios sacerdotes, para os altos, para os sátiros e para os bezerros que fizera. Além destes, também de todas as tribos de Israel os que de coração resolveram buscar o Senhor, Deus de Israel, foram a Jerusalém, para oferecerem sacrifícios ao Senhor, Deus de seus pais. 2 Crônicas 11.15-16

Foi com este tipo de problema que profetas como Elias tiveram que lidar. O povo não tinha grande acesso à Bíblia (Pentateuco), apenas os profetas e suas palavras. Quando não havia um profeta por perto para esclarecer o assunto, era mais fácil seguir o que os vizinhos estavam fazendo - especialmente se o seu rei não se importava, ou até mesmo preferisse isto.

Com a idéia do sêmen do deus pagão caindo sobre a terra em forma de chuva, os cultos a Baal centravam-se na atividade sexual. A religião cananéia era grosseiramente sexual e perversa porque requeria no culto o serviço de homens e mulheres prostitutos disponíveis como sacerdotes. Logo, a pessoa para adorar a Baal tinha que copular com um ou vários desses sacerdotes. Isso é visto no livro de Oséias, onde a esposa do profeta não era simplesmente uma prostituta, mas sim uma sacerdotisa de Baal.

Naquele dia, diz o Senhor, ela me chamará: Meu marido e já não me chamará: Meu Baal. Da sua boca tirarei os nomes dos baalins, e não mais se lembrará desses nomes. Oséias 2.16-17

O culto a Baal encerrou-se em Israel com as diversas campanhas promovidas pelos reis que restabeleceram a adoração a Deus em lugar das práticas pagãs.

No aspecto espiritual, esse culto continua, mesmo nas igrejas cristãs. Em qualquer atividade religiosa onde as bases forem a glorificação do ser humano e a divinização das práticas sexuais estarão presentes os elementos que caracterizam a idolatria a Baal.

Por Diego Cesar

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